Zayn POV
Eu estava em casa em uma noite qualquer, isso se torna muito tedioso quando você tem a eternidade toda para fazer isso. Nunca tem nada de interessante para fazer, as vezes eu me canso de ser um vampiro, isso perde a graça, principalmente depois que todas as pessoas que você conhece morrem, mas ser vampiro é isso, é um pacote completo.
Estava sentado no meu sofá bebendo um drink para tentar esquecer o meu dia tedioso quando escutei um barulho vindo do meu quintal, isso não era muito comum, digamos que eu não recebo visitas.
Quando abri a porta dos fundos me deparei com um corpo caído no meio do meu quintal, isso estava ficando cada vez mais estranho. Me aproximei um pouco, de longe eu podia sentir o cheiro de sangue que emanava dela. Uma garota, e seu rosto não me era estranho. Não pode ser, ele não teria feito isso apenas para se vingar de mim.
Flashback on
-Desculpe. –eu disse para a menina com quem eu esbarrei, eu estava saindo de perto dele. Eu nunca seria um vampiro como ele. Nunca.
-Tudo bem. Eu tenho que olhar melhor pra onde ando. –ela disse sem olhar para mim enquanto pegava seus materiais do chão. Me abaixei, sem tirar os olhos dele, ele estava me olhando com aquele olhar ameaçador do qual eu não tinha mais medo.
-Esta aqui. E eu que devo tomar mais cuidado para não trombar com as meninas da escola… –eu disse sorrindo fraco e ela sorriu de volta. Ela era muito bonita, algo nela me passava calma. Humanos tiram muitas emoções de mim, alguns me transmitem muita raiva, ódio, amor, calma.
-Tenha um bom dia. –ela disse sorrindo enquanto caminhava para longe de mim. Eu nunca a tinha visto até então.
Flashback off
E agora ela estava aqui, quase morta em meu quintal, eu sei muito bem qual era o plano dele, ele queria que eu a transformasse e assim virasse um filho que ele sempre sonhou em ter, um filho como ele é.
Peguei a menina no colo e a levei para dentro, se ela fosse morrer, que morresse em um lugar melhor do que no meio do meu quintal em uma noite fria como essa. A coloquei em minha cama, não sei por que raios fiz isso com tantos outros quartos dentro dessa casa.
-Me…ajude…-ela falou fraca. Quase inaudível, se eu não fosse um vampiro duvido que teria escutado. –Esta…doendo…muito…-ela disse de novo. Eu sabia o que ela estava sentindo. Muita dor, era isso o que ela me passava nesse momento, mas eu não poderia fazer nada.
-Me desculpe. –eu disse me sentando ao seu lado da cama, ela abriu um pouco os olhos e os virou para a minha direção.
-Esta…doendo… –ela disse fraca.
-Eu sei… –disse tirando o cabelo de seu rosto suado. –Vai passar, eu prometo. –eu disse sorrindo fraco para ela.
-Ele…disse…que…você poderia…me ajuda… –ela disse, então era isso, ela estava hipnotizada por ele.
-Infelizmente não posso. –eu disse me levantando e saindo dali. Pouco tempo depois voltei para ver se ela já havia partido, mas para a minha surpresa ela ainda estava viva. Essa queria muito viver.
-Me ajude… –ela disse começando a chorar. Algo dentro de mim estava com muita pena da garota, tão jovem. Provavelmente com muitos planos para o futuro, muitos planos que não se realizariam, nem que eu a transformasse. Respirei fundo e a vi dar seu ultimo suspiro, mas no ultimo segundo mordi meu pulso e dei um pouco do meu sangue para ela beber, não sei por que fiz isso, mas fiz. Logo depois saí do quarto.
**
Talvez tenha sido pela minha solidão, ele tinha razão, eu odiava passar todo esse tempo sozinho, sem ter alguém para conversar, alguém para dividir meus momentos, bons e maus, para poder sonhar em como seria a minha vida se eu não fosse como sou.
Alguns meses se passaram, [S/N] era diferente de qualquer vampira que eu já vi em minha vida, ela era controlada, calma, paciente. Se deu bem com meus treinamentos e agora voltou a escola como antes, para a minha sorte ela era órfã, e morava com uma tia que a odiava. Mas [S/N], mesmo sendo controlada tinha seus defeitos. E eu sempre tinha que estar de olho nela.
Na semana passada ela hipnotizou dois professores para que dessem 10 para ela, hipnotizou Carmen, a T-lider para que ela saísse de sua posição para que ela fosse a líder de torcida numero 1. E ainda por cima estava planejando uma super festa na minha casa.
-Você não vai fazer isso, de jeito nenhum. –eu disse me virando e seguindo em frente pelo corredor.
-Ah vamos Zayn! Qual é? –ela choramingava atrás de mim. –Você vai se divertir também! –ela disse me segurando pelo braço, todos na escola achavam que éramos namorados e que ela morava comigo, que seus pais haviam se mudado de cidade e por isso ela estava passando esse tempo todo comigo.
-Não sei não [S/N], isso não me parece uma boa ideia. –eu disse me encostando na parede, eu não me importava com o que as pessoas pensavam sobre a gente, na verdade eu até queria que fosse real. No começo [S/N] não passava de uma pequena pedra no meu sapato, algo que meu pai me deu para poder me castigar, mas com a convivência que eu tive com ela isso tudo foi mudando e eu acabei me apegando muito a ela, tanto que a noite as vezes me pego indo na direção do quarto dela e a observando dormir.
-Por favorzinho. –ela disse fazendo bico.
-Ok! –eu disse desistindo, ela tinha um poder sobre mim que eu queria que ela nunca desconfiasse que tinha. –Mas somente algumas pessoas. Não quero a escola toda na minha casa. –eu disse saindo de perto dela. Eu precisava de ar, ficar tanto tempo perto dela fazia isso comigo. Eu quase a agarrava toda vez que a via. Deve ser porque faz anos que eu não faço isso por sentimento e sim por necessidade.
**
Decidi deixar a casa para [S/N] essa noite, então me dirigi para o bar da cidade, mas não consegui ficar muito tempo lá, não conseguia parar de pensar nela, então voltei para casa, quando cheguei quase tive um troço, digamos que metade dos carros da cidade estavam parados em cima do meu jardim, pode pensar que sou gay e todas essas coisas, mas o meu jardim era um passatempo para mim, uma coisa importante e que eu gostava muito e que agora estava completamente destruído. Quando entrei em minha casa as coisas pareciam ficar piores, tudo estava revirado e havia muito mais pessoas do que eu pensava ser possível caber em minha sala.
-[S/N]! –gritei e logo ela apareceu bêbada segurando dois copo de sabe-se Deus lá o que sorrindo para mim.
-O dono da casa chegou! –ela disse coma voz embargada. –Um brinde! –ela disse entregando um copo para mim, peguei e o joguei no chão, a raiva tomando conta de mim. A olhei furioso enquanto subia na mesa da cozinha.
-SAIAM TODOS DA MINHA CASA! AGORA! OU EU CHAMO A POLICIA E VAMOS VER O QUE ELES VÃO FAZER COM TODOS ESSES MENORES BÊBADOS! –eu disse e vi a minha casa aos poucos se esvaziando, adolescentes correndo para fora, motores de carro sendo ligados e a bagunça dentro de minha casa ser deixada totalmente para trás, assim como uma [S/N] aborrecida, não vou mentir, partiu meu coração vê-la daquela forma, eu sabia o quanto ela estava aborrecida comigo e isso me deixava mal.
-Obrigada por estragar tudo. –ela disse se virando para mim com os braços cruzados.
-Onde pensa que vai? –eu perguntei bravo para ela.
-Pra longe de você… –ela disse brava comigo.
-Antes arrume tudo isso! –eu disse começando a me irritar com ela.
-Por que você fez isso Zayn? –ela perguntou com os olhos cheios de lagrimas.
-Por que eu pedi para você convidar apenas metade da escola E NÃO TODAS AS ESCOLAS DA CIDADE! –eu gritei.
-POR QUE? VOCÊ NÃO GOSTA DE MIM? VOCÊ QUER ME VER SOFRER? –ela gritou de volta, chorando. Aquilo estava ficando ainda pior, sem pensar a abracei, ela lutou um pouco comigo, mas eu sou muito mais forte do que ela.
-Esse é o meu problema… eu te amo de mais. –eu disse ainda abraçado com ela. Ela se soltou de mim e olhou em meus olhos.
-Como? –ela perguntou.
-Eu te amo… por isso tudo fica ainda pior. Eu não posso te ver triste que eu corro fazer qualquer coisa que você me pede, e por isso eu só me dou mau em tudo, você esta se tornando uma pessoa fora de controle, você tem tudo o que quer e isso esta te transformando uma vampira mimada. –eu disse triste. –eu também já fui assim e isso fez com que eu fizesse coisas que eu vou me arrepender pelo resto da minha vida e não quero que aconteça isso com você. –eu disse e a beijei. Não pude evitar. Ela retribuiu meu beijo.
Depois disso nos acertamos, ela ainda fez birra para muitas coisas, mas pelo menos me ajudou a limpar toda a bagunça, ela não poderia mais fazer uma festa aqui em casa, nunca mais, e ainda como castigo teria que me ajudar com meu jardim despedaçado do lado de fora.